«Que soy era Immaculada councepciou»

Lourdes é uma pitoresca cidade francesa localizada no sudoeste da França, no sopé dos Pirenéus, às margens do rio Gave de Pau. No século XIX, a vila tornou-se palco de uma das mais importantes aparições marianas, que marcou permanentemente a sua história. Graças aos acontecimentos de 1858, Lourdes tornou-se um dos principais centros de peregrinação do mundo. Atualmente, cerca de 5 milhões de peregrinos vêm aqui todos os anos para pedir a Maria a cura da alma e do corpo.


E como tudo começou?

No dia 11 de fevereiro de 1858, ao meio-dia, Bernadette Soubirous, de quatorze anos, de família pobre, foi à Caverna Massabielle buscar lenha com a irmã e uma amiga. Foi então que a menina teve uma visão pela primeira vez. Ela viu uma senhora de vestido branco com faixa azul e uma rosa amarela em cada pé, com um rosário na mão. Como ela disse mais tarde, esta figura celestial era a pessoa mais doce e bonita que ela já tinha visto.


Entre 11 de fevereiro e 16 de julho de 1858, a menina viveu dezoito aparições, durante as quais fez amizade com a Dama Branca e tornou-se sua confidente. Nas reuniões subsequentes, Bernadette foi acompanhada por centenas, e depois milhares, de residentes de Lourdes, que lhe disseram o que perguntar à “aparição”. Muito do que aconteceu durante estas conversas é desconhecido: as conversas decorreram maioritariamente em silêncio e muito poucas palavras foram gravadas nas reuniões. Bernadete, porém, como convém a uma confidente da Virgem Maria, foi reservada ao compartilhar conversas sobre as aparições.


No dia 18 de fevereiro, a Dama Branca pronunciou palavras significativas: “Não prometo felicidade neste mundo, mas no próximo”. Três dias depois ela exortou: “Ore pelos pecadores”, e depois de mais três dias ela exortou: “Arrependam-se! Arrependam-se! Arrependam-se!” Ela também pediu aos padres que construíssem uma capela perto da gruta e que os fiéis fossem até lá em procissão.
No dia 25 de março, a Dama Branca apresentou-se dizendo: “Que soy era Immaculada coouncepciou”, que em dialeto significa “Eu sou a Imaculada Conceição”.


Na caverna de Massabielle, a Dama Branca mostrou a Bernadette o lugar de onde fluía a nascente. Logo aconteceu o primeiro milagre: uma moradora de Lourdes mergulhou a mão paralisada na água que jorrava da nascente e ficou curada.


Os dezoito encontros de Bernadette com a Senhora Branca terminaram em 16 de julho. Apenas doze dias depois, o bispo local nomeou uma comissão para investigar as supostas aparições de Nossa Senhora. Em 18 de janeiro de 1862, em nome da Igreja, ele se pronunciou sobre sua autenticidade. Em 1874, uma estátua de Nossa Senhora de Lourdes foi colocada no local das aparições, e ali foi construída uma basílica neogótica.


Em 1866, Bernadete ingressou na ordem das Irmãs da Caridade em Nevers e lá permaneceu até sua morte em 16 de abril de 1879. Em 1925, o Papa Pio XI declarou Bernadete bem-aventurada e em 1933 a incluiu solenemente entre os santos.


Uma das melhores formas de mergulhar na história de Bernadette é percorrer os lugares mais importantes onde ela viveu, desde o seu nascimento em 1844 até à sua partida para Nevers em 1866: uma visita ao moinho da família, Moulin de Boly, Cachot , no hospício onde estudou com as Irmãs de Nevers e local da sua primeira comunhão. Visitar a igreja paroquial, que ainda abriga a pia batismal usada no seu batismo, ou a antiga casa paroquial onde conheceu o Padre Peyramale são imperdíveis.


Este percurso é percorrido a pé. O melhor é começar um passeio nos passos de Bernadette no santuário vizinho do Museu Sainte-Bernadette, que apresenta a vida desta única moradora de Lourdes através dos objetos que lhe pertencem.
O passeio é possível individualmente ou com guia.


Todas as informações necessárias que serão úteis na preparação da expedição podem ser encontradas no site: https://www.lourdes-infotourisme.com/

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